domingo, 25 de março de 2012

Goianésia e Rio Verde ficam no zero, em jogo fraco

Acompanhando as matérias do excelente blog Jogos Perdidos, sempre notei neles um especial interesse do pessoal do blog pelos jogos "perdidos" que são jogados em um campo neutro. E eu entendo esse interesse. A característica de jogo "perdido" fica ainda mais acentuada nesses jogos em que a pequena mas fiel torcida dos times envolvidos tem que se deslocar para ver seu time em ação. O estádio vazio é uma consequência disso, e é nesse vazio que eles chegam para ocupar o espaço, para tentar levar para quem não pôde viajar - e a qualquer visitante do blog - um retrato do que aconteceu. E foi isso que aconteceu no último domingo, quando, no estádio Aníbal Batista de Toledo, em Aparecida de Goiânia, cidade vizinha à linda capital goiana, se enfrentaram Goianésia e Rio Verde, ambos times homônimos às suas cidades-sede, a primeira localizada a 210 quilômetros, e a segunda a 240 quilômetros da cidade onde seria realizada a partida. A alteração se deveu à perda de mando de campo por parte do Goianésia. E, para completar o cenário, as duas equipes brigam contra o rebaixamento - o Rio Verde, embora esteja em desvantagem nessa luta, melhorou muito no segundo turno do campeonato. Assim, a partida prometia, embora muito provavelmente poucos a veriam in loco. Eu, porém, fiz questão de estar entre esses "poucos", tanto para curtir um bom jogo quanto para incluir o Goianésia na minha lista pessoal, como o 171º time visto ao vivo. Assim, após algumas horas de estrada, cheguei ao local da partida. E aqui conto o que aconteceu.

Jogadores do Rio Verde psam para a fotografia. O Goianésia, novidade na minha lista, não posou.

A primeira surpresa que tive foi quanto ao público. O estádio não esteve exatamente cheio. Mas foi difícil encontrar um bom lugar nas arquibancadas cobertas do estádio. Muitos torcedores, inclusive vestindo a camisa dos dois clubes, marcaram presença. Pouca gente, mas muito mais do que o deserto total que eu esperava em um jogo a mais de 200 quilômetros de ambas as sedes. Assim, me acomodei nas arquibancadas cobertas no melhor lugar que achei e fiquei esperando o início do jogo.

O jogo começou morno. O Goianésia era ligeiramente superior, mas desperdiçava as poucas chances que tinha. Depois dos 15 minutos, o time "visitante" inverteu a situação, e passou a atacar mais. Mas não durou muito o domínio do Rio Verde, e após os 20 minutos o jogo ficou mais equilibrado, com algumas boas chances para ambos os lados.

Rio Verde tem a bola, um pouco atrás da linha de meio de campo.

Mas, apesar de toda a disposição das duas equipes e das chances criadas, o jogo foi fraco na primeira etapa, e sofreu com um grande número de paralisações, seja para atendimento médico, seja para simples marcações de faltas. Assim, Goianésia e Rio Verde foram mesmo para os vestiários sem tirar o zero do placar.

Escaneio para o Goianésia.

Enquanto esperava um segundo tempo melhor, deixei a parte coberta do estádio e fui para as arquibancadas do lado oposto às tribunas. Quando a bola rolou, o Goianésia chegou duas vezes com perigo, assustando a torcida rioverdense.

Ataque perigoso do Rio Verde.

Mas a tônica de todo o segundo tempo foi essa: muita disposição dos dois times, mas pouca qualidade e pouca pontaria. Houve muitas chances de gols para ambos os lados. Mas não foi mesmo o dia dos atacantes, que não estavam com boa precisão nos chutes. E o jogo terminou mesmo sem que as redes balançassem. Final. Goianésia 0x0 Rio Verde.

Rio Verde parte de seu campo de defesa.

O placar em branco, único da rodada, destoou do que vem sendo este Campeonato Goiano, marcado pela excelente média de 3,07 gols por partida. Curiosamente, esse foi o quarto 0 a 0 do campeonato, e em dois deles eu estive presente. Dessa vez, o placar ilustrou o que foi a partida: muita disposição, mas pouca qualidade. O Rio Verde segue na zona de rebaixamento, com 12 pontos, três a menos que seu adversário de hoje, que, por enquanto, está escapando. Mas ambos vão ter que jogar mais do que jogaram hoje se almejam a permanência na elite.

Fim de jogo, e a estrada de volta a Brasília me esperava. A semana estava para começar.

sábado, 10 de março de 2012

No clássico goiano pelo Candangão, Luziânia vence Bosque no final

Desde 1996, uma mudança trouxe uma nova cara ao futebol de Brasília. Naquele ano, a Federação do Distrito Federal passou a admitir clubes da região do entorno no campeonato local. Ou seja, equipes de cidades goianas e mineiras próximas ao Distrito Federal, desde então, podem disputar o campeonato candango. Desde então, clubes como Luziânia, Bosque e Unaí têm marcado presença no campeonato da Capital Federal, levando bons públicos a seus jogos e, muitas vezes, fazendo boas campanhas. A polêmica existe, claro. Muitos são contrários à presença dos times de fora no campeonato candango. Eu, pessoalmente, acho que a presença desses times é importante, inclusive como uma motivação a mais para os times com sede dentro do Quadrilátero de Cruls. De toda forma, no último sábado, dois desses "forasteiros" se enfrentaram pelo campeonato do DF. O Luziânia recebeu no Serra do Lago o Bosque de Formosa. Dois times em situações opostas. O Luziânia, antes de a bola rolar, liderava seu grupo, à frente do Brasiliense, com 10 pontos. O Bosque, que por muito pouco não chegou à final em 2011, está em último em seu grupo, e vem de derrota para um Botafogo que não tinha nenhum jogador no banco. Por esse retrospecto, o favoritismo era todo do time da casa. Mas o time de Formosa certamente ia querer aprontar, e reagir na competição. Para ver o que ia rolar, peguei a BR-040 e fui para Luziânia.

Vamos ao jogo. O Luziânia, como previsto, começou melhor. Mas permitia algumas chegadas perigosas do Bosque, que, por sua vez, não demonstrava objetividade em seus ataques. Quando chegava, o time da casa era mais perigoso.

Jogadores disputam a bola.

Porém, após os 10 minutos, a equipe de Formosa passou a mandar no jogo, e chegou várias vezes com perigo. O Luziânia, apático, pouco conseguia fazer. Somente após os 30 minutos o Luziânia passou a atacar mais, e mesmo assim o Bosque seguia perigoso quando chegava. Algumas boas chances foram criadas para ambos os lados.

Jogador do Luziânia tenta sair da marcação.

Mas o primeiro tempo terminou mesmo sem bola nas redes. As emoções ficaram mesmo para a etapa final. Assim que terminou a primeira etapa, algumas gotas de chuva deram as caras, e eu fui para a parte coberta das arquibancadas do Serra do Lago - o que implicou numa subida que lembrava as escadarias da Penha. Uma vez instalado lá, esperei o reinício da partida.

O segundo tempo começou frio. Pouquíssimos lances de emoção e muitas faltas marcaram os primeiros minutos da etapa final. Aos 14 minutos, na primeira grande chance, o Luziânia perdeu um gol incrível, em que seu atacante, sem goleiro, chutou para fora.

Ataque do Luziânia, no segundo tempo.

Depois disso, o Luziânia melhorou e passou a rondar a área adversária. Mas o time errava muito no último passe, e pouco conseguia produzir. Somente aos 37 minutos o Luziânia abriu a contagem. Após um contra-ataque rápido, Thiago Silva ficou com o gol escancarado à sua frente, e guardou. Luziânia 1 a 0.

Depois do gol, o Bosque praticamente desistiu do jogo, e nada mais fez. O Luziânia ainda teve algumas chances, mas outra vez esbarrou na falta de pontaria de seus atacantes. E, quanto ao placar, foi isso mesmo. Luziânia 1x0 Bosque.

Não podia faltar a panorâmica, ainda mais em um estádio com as arquibancadas altas, como o Serra do Lago.

O Luziânia conseguiu uma vitória muito importante na briga por uma vaga nas semifinais do primeiro turno. Mas não fez uma boa partida, e, quando pressionou, abusou do direito de perder gols e concluir mal as jogadas. Quanto ao time de Formosa, surpreendeu pela disposição, ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos jogos. Pelo que jogou, não seria nada espantoso se tivesse vencido. Dois registros que devem ser feito: nos vinte primeiros minutos da etapa inicial, a bola do jogo foi trocada por duas vezes, por estar murcha. E o segundo tempo foi interrompido por no mínimo quatro vezes para atendimento médico de algum jogador.

Fim de jogo, uma jornada de uma hora pela BR-040 me esperava. Depois, chegar em casa, jantar e descansar.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Ceará derrota Gama e segue na Copa do Brasil

No meio da bagunça que ainda reina no futebol do Distrito Federal, os clubes locais fizeram, no último meio de semana, uma pausa para se dedicarem a uma competição nacional, a Copa do Brasil. E a CBF mostrou que, em matéria de bagunça, não fica atrás da Federação do DF. Tanto é que marcou os dois jogos envolvendo os clubes locais, Gama (que enfrentou o Ceará) e Brasiliense (contra o Guarani) para o mesmo dia, e com o primeiro começando apenas uma hora antes. Assim, tive que escolher apenas um dos dois jogos para ver, e acabei escolhendo o confronto do Gama com o Vozão. O time da casa começou mal no Candangão, com duas derrotas seguidas, mas depois emplacou duas vitórias, contra Legião e Brasiliense. Claro que a partida contra o Ceará seria muito mais difícil, mas essa, sim, seria uma importante prova de fogo para o alviverde candango. O Ceará, por sua vez, vem sofrendo no campeonato estadual, ocupando o terceiro lugar, com oito pontos a menos que o rival Fortaleza. Ainda assim, no papel o time era muito mais forte que o Gama, e franco favorito para esse confronto. E o Campo de Terra estava lá, para cobrir. E aqui conto o que vi.

Apesar de ter um time muito superior, o Ceará parecia totalmente desinteressado do jogo nos minutos iniciais. Se limitava basicamente a tocar a bola no campo de defesa. O Gama se aproveitou disso para chegar com perigo nos contra-ataques. Aos poucos, o Gama começou a se achar no jogo e, se não criava grandes chances, pelo menos conseguiu equilibrar a posse de bola. Para isso, pesou a apatia do time cearense, que simplesmente não se achava em campo.

Flash do jogo no primeiro tempo. As fotos noturnas são sempre complicadas.

Somente a partir dos 20 minutos o Ceará acordou, e começou a atacar. Ao mesmo tempo, as limitações do time do Gama começaram a aparecer. A equipe da casa errava demais, e dava chances aos cearenses. Mas foram apenas dez minutos de pressão do Ceará. O time logo esqueceu o futebol, e o Gama voltou a equilibrar.

Ceará sai no contra-ataque.

Mas o primeiro tempo terminou mesmo sem que as redes balançassem. Um 0 a 0 em que o Gama, com todas suas limitações, jogou com muita vontade, e o Ceará, na maior parte do tempo, não foi sequer a sombra de um time. Restava esperar para ver o que o segundo tempo reservava.

Depois de 15 minutos em que praticamente nada aconteceu, Felipe Azevedo marcou duas vezes para o Ceará em apenas dois minutos. O Vozão, com o placar de 2 a 0 a seu favor, já garantiria a vaga sem o jogo de volta. Restava ao Gama marcar pelo menos um gol.

Flash do segundo tempo.

O Ceará parecia contente com os 2 a 0. O Gama até atacava, mas não encontrava forças para pelo menos diminuir a diferença. No entanto, grande parte da torcida, em vez de apoiar, passou a vaiar o time. Um comportamento lamentável de quem parecia não compreender a situação do clube, que trocou recentemente de diretoria e dispõe de poucos recursos para contratações. A 15 minutos do final, vários torcedores começaram a deixar o estádio. Um comportamento realmente lamentável.

Dentro do campo, pouca coisa aconteceu no restante do jogo. O Gama até que pressionou, buscando pelo menos forçar o jogo de volta. Mas o jogo terminou mesmo com a vitória do Vozão por 2 a 0. Assim, o Ceará segue na Copa do Brasil. O Gama mostrou muita vontade para compensar parcialmente a falta de qualidade do time. Para uma diretoria recém-empossada e um time montado com poucos recursos, o Gama merece um aplauso pelo que fez diante do Ceará. De negativo, mesmo, só o comportamento de parte da torcida, que vaiou os jogadores ao invés de incentivar. Tal comportamento só atrapalhará a evolução dos jovens jogadores e dificultará o andamento dos trabalhos. Felizmente, se trata apenas de uma minoria, que não constitui um retrato da vibrante torcida gamense.

Fim de jogo, hora de ir para casa descansar. Ainda consegui passar no Serejão e ver os cinco minutos finais da vitória do Brasiliense por 2 a 0 sobre os reservas do Guarani. Mas foi muito pouco tempo para que eu pudesse contar alguma coisa aqui. Depois disso, aí sim tomei o rumo de casa. Na manhã seguinte, a rotina continuaria.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Juventus goleia Taubaté na Javari

Para qualquer amante do futebol, ver um jogo na Javari em algum momento de sua vida é uma obrigação, e um momento inesquecível. É sempre um prazer ver o povo da Mooca marcando presença e apoiando seu time incondicionalmente, comer os tradicionais canoles que são vendidos em cada jogo no famoso estádio, e, acima de tudo, ver um grande jogo de futebol. E, na manhã do último sábado, novamente a bola rolou por lá. Em campo, Juventus e Taubaté fizeram um duelo pela Série A3 do Campeonato Paulista. Além de novamente ver o Moleque Travesso ao vivo, ver um jogo do Burro da Central in loco era um sonho antigo - o clube entrou como o 170º integrante da minha lista pessoal, e foi a sexta novidade dessa lista em 2012. Ainda espero ver um jogo do Taubaté em sua cidade algum dia, sobretudo pelo carinho especial que sempre tive pelo Vale do Paraíba, pelos meus familiares que moram lá e pelos momentos felizes da minha infância que vivi nas cidades às margens do imponente Paraíba do Sul.

Voltando ao futebol, os dois clubes vivem situações distintas: o Juventus, após um mau começo, se recuperou e está rondando o grupo das oito equipes que se classificarão para a próxima fase. O Taubaté, ao contrário, não vem bem na competição, e está entre os últimos colocados, correndo risco de rebaixamento. Era uma típica partida que ninguém podia perder. E eu estava lá, no horário marcado, para ver o que ia rolar.

Grande prédio sendo construído nas proximidades do estádio. Infelizmente, o terreno onde se localiza o Estádio da Rua Javari também é ameaçado pela especulação imobiliária.

Cheguei com boa antecedência ao estádio, e comprei meu ingresso. Meia hora antes de a bola rolar, os portões foram abertos, e eu finalmente entrei. Enquanto não liberavam a entrada, fiquei escutando a conversa dos torcedores do lado de fora, falando sobre o time e sobre a Série A3 em geral. Isso é um prazer em tempos em que falar de futebol geralmente se restringe a falar dos grandes clubes.

Bom, vamos ao jogo. Sabendo que precisava ganhar para não se afastar da zona de classificação, o Juventus foi para cima. O Taubaté basicamente se limitava a se defender. E o fazia até com certa competência, pois, apesar do domínio juventino, as chances reais de gol eram raras.

Jogadores disputam a bola.

Depois dos 20 minutos o Moleque Travesso diminuiu o ritmo, mas poucas vezes foi seriamente ameaçado. O Burro da Central não parecia ter forças para se aproveitar da diminuição do ritmo do time da casa.

Ataque do Taubaté, e a bola vai para fora.

Somente nos minutos finais do primeiro tempo o jogo teve alguma emoção, com os times se lançando ao ataque, ainda que na base da correria. E, aos 44 minutos, finalmente saiu um gol. Lucas Pavone, da entrada da pequena área, tocou leve, no canto esquerdo, marcando 1 a 0 para o Juventus. Pouco depois, o árbitro encerrou a primeira etapa.

A porta de uma das bilheterias da Rua dos Trilhos estava aberta. Você já sonhou em ver uma bilheteria por dentro? Não, né? Mas a gente traz essa imagem para você assim mesmo..

Não dá para ir à Javari e não comer um canole, mas no intervalo a fila para comprar a tradicional iguaria era imensa. Assim, fui comprar um nos primeiros minutos da etapa final. Isso me custou alguns minutos da etapa final. Quando voltei, vi Anderson Carvalho fazer falta dura e ser expulso, deixando o Burro da Central com um a menos.

Flash do segundo tempo, em foto tirada detrás de um dos gols.

Mesmo com um a menos, o Taubaté melhorou no segundo tempo, e pressionou o Juventus. Os ataques do Moleque Travesso eram raros, embora perigosos. Mas a situação do time visitante ficou mais complicada aos 28 minutos, quando Gustavo fez uma falta no meio de campo, em um contra-ataque perigoso do Juventus. Como ele já tinha cartão amarelo, foi convidado a se retirar, deixando o Taubaté com nove homens em campo.

O Juventus, com a ampla vantagem numérica, foi para cima, e o segundo gol não demorou. Após troca de passes na área, Tony chutou cruzado e fez 2 a 0 para o Juventus. O terceiro gol acabou saindo aos 38 minutos, em um belo chute de longe de Lucas Pavone. O resultado levou a torcida do Taubaté a sair da área reservada à torcida visitante e ir para trás do banco de reservas de seu time para protestar.

Torcida do Taubaté protesta.

Ainda deu tempo para Romerito marcar o quarto do Juventus, e o Taubaté ter mais um expulso: Serginho fez falta dura e levou o vermelho direto. O árbitro sinalizou três minutos de acréscimo, mas encerrou o jogo antes. Final, Juventus 4x0 Taubaté.

Jogadores do Juventus comemoram o quarto gol.

O Juventus se manteve na briga por uma vaga entre os oito primeiros, e tem condições de conquistá-la. Mas o time ainda mostrou limitações enquanto o jogo era de 11 contra 11. O Taubaté, por sua vez, parece que já selou o seu destino de ser rebaixado à Segunda Divisão Resta torcer por um milagre.

Encerrado o jogo, eu não podia deixar de cumprir outra tradição: o almoço na Esfiha Juventus. E, depois, pegar o metrô para ir embora.